quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Você pode ter defeitos, viver ansioso....


VOCÊ PODE TER DEFEITOS, VIVER ANSIOSO E FICAR IRRITADO ALGUMAS VEZES, MAS NÃO SE ESQUEÇA DE QUE SUA VIDA É A MAIOR EMPRESA DO MUNDO. E VOCÊ PODE EVITAR QUE ELA VÁ À FALÊNCIA. GOSTARIA QUE VOCÊ SEMPRE SE LEMBRASSE DE QUE SER FELIZ NÃO É TER UM CÉU SEM TEMPESTADE, CAMINHOS SEM ACIDENTES, TRABALHOS SEM FADIGAS, RELACIONAMENTOS SEM DESILUSÕES. SER FELIZ É ENCONTRAR , ESPERANÇA NAS BATALHAS, SEGURANÇA NO PALCO DO MEDO, AMOR NOS DESENCONTROS. SER FELIZ NÃO É APENAS VALORIZAR O SORRISO, MAS REFLETIR SOBRE A TRISTEZA. NÃO É APENAS COMEMORAR O SUCESSO, MAS APRENDER LIÇÕES NOS FRACASSOS. SER FELIZ É RECONHECER QUE VALE A PENA VIVER, APESAR DE TODOS OS DESAFIOS, INCOMPREENSÕES E PERÍODOS DE CRISE. SER FELIZ É DEIXAR DE SER VÍTIMA DOS PROBLEMAS E SE TORNAR UM AUTOR DA PRÓPRIA HISTÓRIA. SER FELIZ É NÃO TER MEDO DOS PRÓPRIOS SENTIMENTOS. É SABER FALAR DE SI MESMO. É TER CORAGEM PARA OUVIR UM "NÃO". É TER SEGURANÇA PARA RECEBER UMA CRÍTICA, MESMO QUE INJUSTA. SER FELIZ É DEIXAR VIVER A CRIANÇA LIVRE, ALEGRE E SIMPLES, QUE MORA DENTRO DE CADA UM DE NÓS. É TER MATURIDADE PARA FALAR "EU ERREI". É TER OUSADIA PARA DIZER "ME PERDOE". É TER SENSIBILIDADE PARA EXPRESSAR "EU PRECISO DE VOCÊ". É TER CAPACIDADE DE DIZER "EU TE AMO". DESEJO QUE A VIDA SE TORNE UM CANTEIRO DE OPORTUNIDADES PARA VOCÊ SER FELIZ... E, QUANDO VOCÊ ERRAR O CAMINHO, RECOMECE, POIS ASSIM VOCÊ DESCOBRIRÁ QUE SER FELIZ NÃO É TER UMA VIDA PERFEITA, MAS USAR AS LÁGRIMAS PARA IRRIGAR A TOLERÂNCIA. JAMAIS DESISTA DE SI MESMO.JAMAIS DESISTA DAS PESSOAS QUE VOCÊ AMA. JAMAIS DESISTA DE SER FELIZ, POIS A VIDA É UM ESPETÁCULO FANTÁSTICO

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O Sentimento dos Pais

Sentimos como se um pedaço de nós estivesse faltando, desde julho de 2000 encontramos forças em Deus, na fé que a justiça vai ser feita e na esperança que a medicina descubra por meio das células tronco- embrionárias a melhora para nossa filha.
Somos um casal muito unido, principalmente quando o assunto é a Mirna, sempre não deixando o outro fraquejar, temos também o amor e carinho dos nossos outros dois filhos que são mais uma razão de viver.
Procuramos não lembrar nossa filha saudável e feliz como era até os cinco anos, na escola um doce de menina que já no jardim II, até onde estudou, já lia e escrevia muitas palavras
Tem dias que sinto (mãe) uma tristeza profunda quando vejo minha filha em uma cama, alheia ao mundo que a cerca, e várias crianças brincando lá fora, adolescentes com suas paqueras como suas primas quase de sua idade. Fico imaginando quais programas de TV ela iria gostar: novelas, Chiquititas, malhação, Rebeldes...
O que ela diria se soubesse:
...que tem um irmão sapeca,
...que sua irmã usa óculos,
...que tem muitos primos mais novos que ela, que nem chegou a conhecer,
...que seu primo já tem uma filha,
...que seu tio Junior vai casar,
...sua avó sofreu um grande acidente,
...seu pai se formou, sua mãe terminou o ensino médio e vai tentar fazer um curso superior
Hoje tenho dois grandes medos em minha vida, um é morrer e deixar minha filha para os outros cuidarem, penso como seria sem mim, seu medicamento, o cuidado com sua alimentação, o choro sem saber o motivo, as tosses, os alongamentos em suas mãos e pés, o banho, passar hidratante para sua pele não ressecar, escovar os dentes com muita atenção para evitar cáries... o outro é que a justiça não puna os culpados por acabarem com a vida e os sonhos de nossa filha.
Às vezes tenho a sensação de que tudo não passa de um grande pesadelo, e me pego brigando com Deus, me sinto com esse direito, mas volto à realidade e peço perdão a ele... Lembro como se fosse hoje quando tudo aconteceu, eu era muito jovem e pouca experiência de vida, nem imaginava a dimensão do que tava acontecendo, porem acredito que nunca ninguém vai está preparado para um problema como esse.
Conforta-me em pensar que Deus tem um propósito em nossa vida, e quer sempre nos ensinar, acredito que só pessoas especiais são dignas de tamanha responsabilidade.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A importância da fisioterapia

Mirna fez fisioterapia em muitas clínicas de Teresina e também em Castelo do Piauí. Levamos ela no Hopital Sarah em São Luis do Maranhão, infelizmente lá não foi o que esperávamos. O Hospital é muito bom, é referência em reabilitação, mas seria necessário que morássemos lá para um tratamento fisioterápico, mas foi lá que recebi todas as orientações que me ajudam até hoje. A equipe do Sarah orienta como manter uma melhor postura para ela, como dormir, como melhorar a deglutição, como alongar, enfim, uma série de coisas que me foram bastante úteis.

Desde agosto de 2007 funciona em Castelo do Piauí, o setor de fisioterapia do Hospital Local Nilo Lima, onde ela faz fisioterapia duas vezes por semana, ainda é pouco para o caso dela, uma vez que ela apresenta atrofia nos membros, principalmente os inferiores. Até pouco tempo ela fazia uso de órteses nos membros superiores e inferiores, mas hoje elas não servem mais. De acordo com o Dr. Saulo Carvalho, fisioterapeuta do Setor de Fisioterapia do HLNL, é necessário o uso de botox, para ajudar na fisioterapia e no uso das novas órteses.

O Dr. Saulo é fisioterapeuta do estado e tem um contrato de 20h, portanto não passa a semana toda, além de ter muitos pacientes. A prefeitura realizou um concurso e abriu vagas para fisioterapeutas há quase dois anos, mas ainda não chamou ninguém, estou ansiosa para que esse profissional seja nomeado e comece logo a trabalhar, pois assim ela terá mais sessões de fisioterapia.





terça-feira, 12 de agosto de 2008

Cuidados especiais com a Mirna e seu dia a dia

Como a lesão cerebral sofrida pela Mirna foi muito extensa, ela não interage com o meio e não tem a noção de dia e noite, algumas vezes troca o dia pela noite, ou seja, passa o dia dormindo e a noite acordada. Quando ela está seguindo o ritmo de sono normal ela acorda, ou eu (mãe) a acordo para tomar o primeiro medicamento, logo cedo. Tiro ela da cama e a coloco em sua cadeira de rodas (cadeira feita sob medida pra ela de acordo com suas deficiências). Ela faz 3 refeições diárias, nada muito calórico, ela não pode ganhar muito peso e como não gasta muita energia tem que ter uma alimentação controlada. Mirna passou quase dois anos usando sonda naso-gástrica, mas como muita persistência ela começou a engolir, mas como disse anteriormente, o dano cerebral foi muito grave, por isso ela apresenta dificuldades de deglutição. A sua alimentação é toda pastosa e tem que ser ministrada com muito cuidado para ela não engasgar e o alimento ir para os pulmões. Durante esses 8 anos, Mirna teve somente uma pneumonia alimentar. Não tem escaras apesar de passar muito tempo deitada. Como eu passo praticamente o dia todo em casa procuro não deixá-la muito tempo na mesma posição.

À noite só vou dormir depois da meia noite, momento em que ela toma outra medicação e no outro dia segue a mesma rotina.

Apesar de todo o trabalho, faço tudo com muito gosto e dedicação, sempre procurando fazer por ela tudo que precisa. Conto com a ajuda da minha outra filha, do meu marido e às vezes até do Dudu. Todos amam muito a Mirna.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Negligência? Imperícia? Imprudência? O que aconteceu na tarde de 18 de julho de 2000?

A razão pela qual entramos com uma ação de idenização na Justiça não foi pelo fato de acharmos que os médicos fizeram isso com a Mirna por maldade, mas sim por entendermos que a clínica tem responsabilidade por tudo que aconteceu à nossa filha.

O Ortopedista que realizou o procedimento cirúrgico não pediu nenhum exame pré-operatório e ainda por cima realizou a cirurgia mesmo tendo conhecimento que ela passou a noite tossindo, o que poderia indicar que ela não estaria preparada para ser cirurgiada. Inclusive esse mesmo médico receitou um anti-alérgico (Fernegan) uma semana antes da cirurgia.

O anestesista não teve uma conversa com a família, aliás nem sabíamos quem era o anestesista, só o conhecemos depois do acontecido. Ele sempre nos atendeu e nos ajudou em alguns momentos, mas veio a falecer pouco tempo depois.

Achamos que a clínica não oferecia suporte necessário para uma emergência, como foi o caso dela. Ela demorou muito tempo para ser internada na UTI.

Acreditamos que a Clínica é responsável, entregamos nossa filha bem de saúde, caminhando, falando...

O mínimo que esperamos hoje é uma idenização para podermos dá uma melhor qualidade de vida para ela, uma cadeira de rodas bem mais confortável, colchões apropriados e outras coisas que possam melhorar a sua situação.

Hoje ela usa fralda descartável o tempo todo, faz uso contínuo de 3 tipos de medicamentos, visita a neuropediatra periódicamente em Teresina e tudo isso são despesas decorrentes do problema que aconteceu com ela. O que gastamos hoje é muito mais do que se pagássemos um dos melhores colégios na capital, com uma diferença, se ela estivesse estudando poderia ser uma grande profissional em qualquer área.

Desde 2000 estamos arcando com nossa responsabilidade de pais, dando tudo: Amor, carinho, cuidados especiais, não somamos esforços quando é alguma coisa para a Mirna. Achamos que a clínica também deve arcar com a responsabilidade dela e entendemos que a única maneira seria a Justiça condenar a clínica e obrigá-los a pagar a idenização.

Hoje a Mirna tem 13 anos de idade e teve muita coisa da sua vida subtraída em decorrência de tudo que aconteceu.

...Só viu quando perdeu o primeiro dentinho
...Não pode brincar com seus primos e amiguinhos que estudaram com ela.
...Não teve...
...Sua festa de ABC.
...O direito a estudar e ao convívio social como deveria.
...O direito às paquerinhas e ao primeiro beijo.
...A preocupação se sua primeira calça jeans cairia bem no seu corpo.
...Como experimentar a primeira sandália de salto.
...A primeira escova nos cabelos.
...O susto da primeira menstruação.

Enfim, tudo que uma adolescente poderia viver a Mirna não está vivendo.

Mirna é dependente dos outros pra tudo. Somos suas pernas quando precisa ir a algum lugar, seus braços para levar comida a boca ou pentear os cabelos, para vestir suas roupas, escovar seus dentes...

A única coisa que queremos é Justiça e que seja breve.

Essa é história da Mirna, uma criança que tinha tudo pra ser feliz

Mirna Evelyn Mineiro Torres nasceu em Castelo do Piauí no dia 25 de março de 1995. Sua chegada foi muito festejada. Mirna foi a primeira neta do seu Edmilson e dona Felícia e também do seu Osvaldo e dona Lusia.

Essa pequena flor era uma criança muito alegre, obediente, saudável, o xodó de todos.



Mirna deu os primeiros passos aos nove meses de idade. Uma das coisas que eu mais gostava quando chegava do trabalho era brincar com a Mimi.





O primeiro aniversário da Mirna foi comemorado com muita festa, nesse dia foi realizado também o seu batizado. Seus padrinhos são Agnelo (meu ex-cunhado) e Liviane (nossa amiga de infância). Lembro como se fosse hoje, nós perguntávamos quantos aninhos minha filha tem? Ela respondia "um" e mostrava o dedinho. Veja logo abaixo uma foto sua no dia do seu batizado.

Mirna começou a estudar aos 3 anos de idade no maternal do Educandário Santa Helena, sempre demonstrou ser uma criança muito inteligente e extrovertida, se divertia como todas as crianças da sua idade. tinha uma vida social como todas as crianças, participava de festas de aniversário, foi dama de honra do casamento de uma tia sua, enfim vivia alegremente.

Veja a seguir algumas fotos da Mirna em momentos de lazer, ela adorava andar de moto.

Mirna na moto do seu avô
Mirna na 1ª moto do papai dela
Mirna em um balneário no interior de Castelo do Piauí

Mirna de vaquinha da parmalat, foto tirada no Educandário Santa Helena
Mirna na festa de batizado da Taís, sua prima

Mirna fazendo pose para foto

sábado, 9 de agosto de 2008

Entenda o que aconteceu com essa linda criança

Durante o mês de junho de 2000 a Mirna sofreu uma queda enquanto brincava com sua irmã, um primo e uma moça que ajudava a cuidar das crianças. Como consequência dessa queda ela fraturou o braço e o que parecia ser um simples acidente doméstico se transformou num problema de dimensões inimagináveis. Naquele dia teria início o maior drama de nossas vidas.
Essa foto com a Milena (irmã) em uma homenagem ao dia das mães foi a última foto dela antes da cirurgia desastrosa.
No momento do acidente eu estava dando aula e minha esposa estudava, quando fomos avisados corremos para casa muito preocupados. Mirna engessou o braço no hospital de Castelo do Piauí, à época o aparelho de raio X não estava funcionando e o médico engessou assim mesmo.
Após passar um mês com o braço engessado, sua mãe a conduziu até o hospital para que fosse tirado o gesso, ela levou um choque ao ver o braço da criança completamente torto. Levamos a Mirna para Teresina, lá realizaram o exame de raio X e o médico nos disse que era necessário uma intervenção cirúrgica. Lembro que a mãe dela chorou bastante, como se estivesse antevendo o que estaria por acontecer.

A cirurgia foi marcada para o dia 18 de julho de 2000, e lá estávamos nós entregando aos médicos nossa pequena e junto a ela a esperança que tudo não passaria de um grande pesadelo e tudo voltaria ao normal.

A demora nos deixou apreensivos, depois de 4 horas no centro cirúrgico o cirurgião veio e nos comunicou que ela havia apresentado uma reação alérgica ao anestésico e que necessitava de cuidados de UTI, sentimos o mundo desabar sobre nossos pés. No mesmo dia após muita luta conseguimos vaga na UTI do Hospital Infantil Lucídio Portela.

O primeiro diagnóstico foi pneumonia dupla, sangramento intestinal e hipertensão intracraniana provocada pelo edema cerebral. 24 horas depois da entrada na UTI foi realizada uma tomografia que apresentou resultado normal, ficamos muito felizes, tudo indicava que ela sairia do coma sem seqüelas. Porém dois dias depois ela apresentou um rebote e seu coma aprofundou, foi realizada então uma segunda tomografia que apresentou isquemia cerebral difusa, nesse momento ela não tinha respiração própria, foi submetida à entubação orotraqueal durante 8 dias, os médicos já pensavam em realizar uma traqueostomia quando ela voltou a respirar por conta própria. Nesses dias críticos alguns médicos suspeitaram de morte cerebral, mas ela conseguiu reagir.


Foram 28 dias na UTI e mais 8 meses internada no Hospital Lucídio Portela. Durante esse período ela apresentou infecção urinária, pneumonia e menigite e apresentou uma hidrocefalia, motivo pelo qual foi submetida a derivação ventrículo-peritonial. Seu organismo rejeitou a válvula, as febres não estavam mais sendo controladas e foi necessário outra cirurgia para a retirada da válvula.
Essa foto foi tirada no pior momento dela durante os meses que ficou internada, perdeu muito peso e em nada lenbrava aquela menina alegre e cheia de vida.

Hoje apesar de apresentar seqëuelas funcionais importantes ela está bem melhor, a última internação foi em julho do ano passado devido a uma pneumonia. Alimenta-se sem auxílio de sondas e faz fisioterapia no Hospital Local Nilo Lima.
O anestesista que realizou o procedimento veio a falecer um anos depois do acontecido, o cirurgião ortopedista nunca conversou conosco durante todo esse tempo.
Entramos com uma ação idenizatória contra a Clínica São Lucas em 2005 e por incrível que pareça nunca aconteceu nem a primeira audiência.
Sabemos que dinheiro nenhum é suficiente pois perdemos o que tínhamos de mais valioso que era a felicidade da nossa pequenina, mas entendemos que o mínimo que pode acontecer nesse momento é que a justiça condene a clínica nesse processo movido por nós. O caminho a percorrer é longo e demorado, porém não nos importa quanto teremos que percorrer, a esperança e a fé serão nossos combustíveis e no fim dessa caminhada seremos vitoriosos e quem saber receberemos como prêmio o sorriso lindo da Mirna.

Nosso amor e a fé inabalável em Deus fazem com que ela supere todas as complicações e esse mesmo amor e fé farão com que ela tenha o melhor em termos de qualidade de vida.

Essa foto foi tirada assim que ela teve alta do Hospital Lucídio Portela



Essa outra ao lado da Milena foi em 2002, já bem melhor, começando a recuperar o peso perdido durante o tempo que passou no hospital.



Essa foto foi tirada durante o tratamento de fisioterapia que ela faz no Hospital Local Nilo Lima

Essa outra foto é bem recente, na garagem de casa.