segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Negligência? Imperícia? Imprudência? O que aconteceu na tarde de 18 de julho de 2000?

A razão pela qual entramos com uma ação de idenização na Justiça não foi pelo fato de acharmos que os médicos fizeram isso com a Mirna por maldade, mas sim por entendermos que a clínica tem responsabilidade por tudo que aconteceu à nossa filha.

O Ortopedista que realizou o procedimento cirúrgico não pediu nenhum exame pré-operatório e ainda por cima realizou a cirurgia mesmo tendo conhecimento que ela passou a noite tossindo, o que poderia indicar que ela não estaria preparada para ser cirurgiada. Inclusive esse mesmo médico receitou um anti-alérgico (Fernegan) uma semana antes da cirurgia.

O anestesista não teve uma conversa com a família, aliás nem sabíamos quem era o anestesista, só o conhecemos depois do acontecido. Ele sempre nos atendeu e nos ajudou em alguns momentos, mas veio a falecer pouco tempo depois.

Achamos que a clínica não oferecia suporte necessário para uma emergência, como foi o caso dela. Ela demorou muito tempo para ser internada na UTI.

Acreditamos que a Clínica é responsável, entregamos nossa filha bem de saúde, caminhando, falando...

O mínimo que esperamos hoje é uma idenização para podermos dá uma melhor qualidade de vida para ela, uma cadeira de rodas bem mais confortável, colchões apropriados e outras coisas que possam melhorar a sua situação.

Hoje ela usa fralda descartável o tempo todo, faz uso contínuo de 3 tipos de medicamentos, visita a neuropediatra periódicamente em Teresina e tudo isso são despesas decorrentes do problema que aconteceu com ela. O que gastamos hoje é muito mais do que se pagássemos um dos melhores colégios na capital, com uma diferença, se ela estivesse estudando poderia ser uma grande profissional em qualquer área.

Desde 2000 estamos arcando com nossa responsabilidade de pais, dando tudo: Amor, carinho, cuidados especiais, não somamos esforços quando é alguma coisa para a Mirna. Achamos que a clínica também deve arcar com a responsabilidade dela e entendemos que a única maneira seria a Justiça condenar a clínica e obrigá-los a pagar a idenização.

Hoje a Mirna tem 13 anos de idade e teve muita coisa da sua vida subtraída em decorrência de tudo que aconteceu.

...Só viu quando perdeu o primeiro dentinho
...Não pode brincar com seus primos e amiguinhos que estudaram com ela.
...Não teve...
...Sua festa de ABC.
...O direito a estudar e ao convívio social como deveria.
...O direito às paquerinhas e ao primeiro beijo.
...A preocupação se sua primeira calça jeans cairia bem no seu corpo.
...Como experimentar a primeira sandália de salto.
...A primeira escova nos cabelos.
...O susto da primeira menstruação.

Enfim, tudo que uma adolescente poderia viver a Mirna não está vivendo.

Mirna é dependente dos outros pra tudo. Somos suas pernas quando precisa ir a algum lugar, seus braços para levar comida a boca ou pentear os cabelos, para vestir suas roupas, escovar seus dentes...

A única coisa que queremos é Justiça e que seja breve.

Um comentário: